quarta-feira, 28 de setembro de 2016

A "nova" Libertadores


Não é de hoje que surgem a todo momento reclamações sobre o calendário do futebol brasileiro e sul-americano. No Brasil as principais queixas ficam pelas grandes sequencias de jogos e calendário inflexível devido aos estaduais, enquanto nas questões do futebol sul-americano e geral os problemas principais são os jogos das competições continentais em semanas seguidas. Após as grandes especulações sobre uma possível Superliga das Américas, que seria organizada por uma empresa especializada em gestão esportiva, a CONMEBOL começa a se mexer, na tentativa de dar uma nova cara à Libertadores, o que pode também refletir na Copa Sul-Americana.



A primeira mudança anunciada é justamente a mudança no calendário. A competição que era disputada entre os meses de fevereiro e junho (se estendendo a agosto em ano de Copa do Mundo ou Copa América) se estenderá até novembro, mantendo o início em fevereiro. O fim do torneio será apenas um mês antes do Mundial, o que fará com que a equipe campeã mantenha o elenco campeão até o torneio da FIFA. Além disso, aumentar a duração faz com que acabem os jogos em semanas seguidas, ou seja, uma equipe não jogará em duas semanas seguidas pela Libertadores. Será algo semelhante à Liga dos Campeões da UEFA, o que evitará o desgaste que ocorre atualmente com o calendário apertado das equipes brasileiras. Isso será refletido na parte física das equipes, podendo gerar jogos ainda mais disputados e "pegados" do que atualmente.

A outra principal mudança é a decisão em jogo único, mais uma vez se assemelhando à competição européia. A Libertadores passaria a ser decidida em estádio neutro (não necessariamente neutro, mas previamente decidido em sorteio) e não seria mais disputada no formato "casa e fora". Tal decisão do jogo único foi a mais criticada pelos torcedores mais saudosistas, muitos dizendo que a CONMEBOL está copiando a Liga dos Campeões; a questão é que de fato ela está copiando os moldes da UEFA, mas apenas porque funciona. Ter a final e apenas um jogo, além de aumentara competitividade, cria uma atmosfera ainda maior para o jogo. É claro que será necessária a adaptação dos torcedores sul-americanos e mexicanos para tal formato, mas não há motivos para reclamação, com exceção do saudosismo. Não há fã de futebol que não fica aguardando a final da Liga dos Campeões e é um fato que o torneio do velho continente é o maior e melhor torneio de clubes do mundo. Isso vai muito além do investimento e organização dos clubes, mas a atmosfera criada pelo torneio faz com que se torne mais do que apenas um campeonato de futebol. A "Champions" é um show de esporte e a nossa querida Libertadores acerta em ao menos tentar se assemelhar à competição consagrada. Ainda haverá um aumento no número de clubes da competição, o que auxilia na maior integração dos países da América do Sul.

Sinceramente, não consigo ver tais mudanças com maus olhos. Não vejo problemas em "copiar" algo que funciona, principalmente quando se trata da Libertadores. Nem estou dizendo que a competição seja ruim, longe disso. A questão é que ela é gerida por uma confederação péssima e ultrapassada, e aumentando a visibilidade do torneio, a responsabilidade da confederação cresce, o que pode servir como uma forma de fazer a CONMEBOL entrar nos eixos, além de popularizar a Libertadores a nível mundial.

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