sexta-feira, 21 de outubro de 2016

O futuro nebuloso do futsal brasileiro


O futsal brasileiro sempre foi referência, sendo que a seleção brasileira é a maior campeã mundial da modalidade, com 7 títulos, além de ter 19 títulos da Copa América de Futsal. Além disso tudo, o Brasil ainda é o país do jogador que é considerado o melhor de todos os tempos do Futsal: Falcão. O jogador foi convocado para a seleção pela primeira vez em 1998. Apesar da seleção até então ter muitos títulos no currículo, foi uma época de transição para o esporte, no qual passou a ser comandado pela FIFA, tendo sua periodicidade alterada para 4 em 4 anos (ele era disputado de 3 em 3 anos) e uma maior profissionalização da modalidade. Falcão, porém, já está com 39 anos e na reta final de sua carreira. Em paralelo a isso, a Confederação Brasileira de Futsal vive em meio a escândalos e a seleção vem caindo de rendimento. O futuro do que já fora chamado de "o melhor futsal do mundo" vem se mostrando bem diferente do que estamos acostumados a ver.
Desde 2014, após diversas denúncias de jogadores profissionais brasileiros e de uma matéria investigativa feita pela ESPN, a CBFS passa por diversas investigações relacionadas a questões de desvio de dinheiro. Na matéria de Camila Mattoso e Lucas Borges para o ESPN.com.br, divulgada no dia 21 de dezembro de 2014, foram divulgados documentos que comprovavam que Renan Menezes e Louise Bedê, vice presidente e vice de administração respectivamente em 2013, recebiam parcelas de R$10 mil por meio de uma empresa de logística ligada diretamente ao então mandatário da confederação, Aécio de Borba. Segundo a matéria, "As parcelas de "gratificação pecuniária prevista no estatuto da CBFS" (segundo consta no recibo assinado por Renan Menezes) seriam mensais segundo a acusação e, como demonstram os documentos obtidos pelo ESPN.com.br, chegaram também à conta corrente da esposa de Renan, Edineide Menezes, que nunca foi funcionária da CBFS".
Falcão e Renan Tavares de Menezes, um dos envolvidos nas denúncias


O craque Falcão participou do Bola da Vez, programa da ESPN Brasil, em abril de 2014, no qual protestou contra a organização que era comandada por Aécio de Borba desde 1979. O jogador, atualmente no Magnus Futsal, disse que muito dinheiro entrava na CBFS, mas não haviam mudanças no esporte, um dos fatos que fazem os patrocinadores se afastarem do futsal. Em 2015, após diversas brigas políticas relacionadas à eleição de um novo presidente para a CBFS, Falcão e outros atletas declararam boicote à seleção no ano em que o Brasil sediaria a Copa América da modalidade, mas teve sua sede alterada por inviabilidade financeira por parte da Confederação Brasileira e foi realizada em Portoviejo, no Equador. Além de Falcão, o goleiro Tiago (melhor goleiro do mundo em 2008) e Neto (autor do gol do título da Copa do Mundo de 2012) também aderiram ao boicote. Na Copa América em questão, o Brasil terminou na terceira posição, resultado que pode ser considerado ruim pelo Brasil ter vencido 9 das últimas 10 edições.
Brasil disputou a Copa América sem 3 de seus principais jogadores e foi eliminado pela Argentina na semi-final

Além da questão burocrática, o momento técnico também não é bom para a seleção brasileira. A seleção é atualmente comandada por Serginho Schiochet, ex-jogador da seleção e ex-técnico do Concórdia e do Sorocaba (time de Falcão, no qual Serginho foi demitido em maio deste ano por resultados ruins) e vem de uma pífia eliminação na Copa do Mundo, na qual o Irã, no qual não tem grande tradição no esporte, eliminou o Brasil nos pênaltis ainda nas oitavas de final. Para piorar, não vem surgindo grandes nomes no país, o que pode gerar grande carência em pouco tempo. Em participação no programa Resenha, da ESPN, Falcão afirmou que é grande a necessidade do surgimento de um possível substituto para ele, alguém que tenha qualidade o suficiente para atrair os olhos ao futsal como feito pelo melhor de todos os tempos. Esses fatos fazem com que seja difícil imaginar um bom futuro para a seleção brasileira de futsal.
Brasil foi eliminado pelo Irã na Copa do Mundo de 2016, na Colômbia

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