quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Grêmio campeão contra um Atlético inofensivo


Na ultima quarta-feira (7) o Grêmio sagrou-se pentacampeão da Copa do Brasil ao empatar com o Atlético-MG em casa por 1 a 1, devido à vantagem adquirida no primeiro jogo, fora de casa, ao vencer por 3 a 1. A grande questão é que, apesar do mérito da equipe gaúcha, ao ter demonstrado regularidade ao longo da competição e uma defesa sólida liderada pelo zagueiro Geromel, o Galo pouco demonstrou resistência nos duelos decisivos.


No primeiro duelo, que teve como palco o Estádio do Mineirão, a equipe mineira demonstrou uma completa falta de criatividade. Tem o melhor centroavante em atuação no futebol brasileiro (Lucas Pratto) além de ter o apoio do Robinho, mas demonstra a necessidade de um meio-campista de criação. Nem vou entrar na questão da péssima atuação do setor defensivo (isentando de qualquer culpa o zagueiro Gabriel) que mostrou laterais com baixíssimo poder defensivo e volantes perdidos nos contra-ataques da equipe gaúcha, mas sim reforçar o quão ineficiente o Galo foi, mesmo estando com um jogador a mais nas partes finais do jogo.
Pedro Rocha foi o destaque gremista na primeira partida com dois gols, apesar da expulsão
Após a expulsão de Pedro Rocha, a posse de bola, que já era do Atlético, se intensificou. A equipe perdia por 2 a 0, mas ainda tinha metade do segundo tempo para trabalhar. O problema é que foi nesse momento que o Galo demonstrou que faz falta um meio-campista mais criativo para acertar aquele último passe e, assim, criar oportunidades reais de gol. Mas o que se viu foi a bola atravessando de um lado para o outro, com o Atlético tocando de lado e não conseguindo criar chances, fazendo com que o atacante Lucas Pratto pouco pudesse fazer. O que reforça isso é o fato do gol da equipe mineira ter sido o chamado "achado", em um cruzamento de escanteio em que a equipe do Grêmio abriu sua defesa, dando o espaço necessário para o zagueiro Gabriel diminuir a conta.
Zagueiro Gabriel marcou o único gol do Galo na primeira partida
A ineficiência da linha de meio-campo do Atlético deu total liberdade para o Grêmio dar o golpe final, em um lance que o zagueiro Pedro Geromel atravessou toda a lateral direita do campo sem que ninguém chegasse para dar o "combate", fazendo um lançamento perfeito ao atacante Everton que, com total liberdade e com grande distância dos jogadores atleticano, marcou o terceiro gol da equipe gaúcha. Essa vitória, com essa diferença de gols, foi primordial para o título gremista, dando grande tranquilidade para o segundo jogo.
O zagueiro Geromel surpreendeu com grande arrancada e assistência para o terceiro gol gremista
No segundo jogo, na Arena do Grêmio, a missão para os mineiros já se mostrava de grande dificuldade por ter que vencer o Grêmio fora de casa, algo que não acontece desde 2013. O feito dificultou-se ainda mais quando a ineficiência na criação de oportunidades por parte do Galo mostrada no primeiro jogo se repetiu. Um jogo que, apesar dos momentos quentes e cenas lamentáveis, não mostrou uma qualidade digna de decisão de título. O Grêmio jogou com o regulamento, enquanto o Atlético não jogou. Chutes de fora da área com pouca ou nenhuma eficiência se repetiram durante o primeiro tempo, etapa que praticamente não existiu. O segundo tempo manteve a baixa qualidade, mas nos presenteou com um lindo gol do meia Cazares, digno de Puskas. Mas esse gol mostrou a falta de efetividade do Atlético, tendo seu único tento anotado de um disparo do seu campo defensivo.
Técnico Renato Gaúcho e sua filha Carol Portaluppi, um dos amuletos do técnico gremista
A chegada do técnico Roger em muito tem a acrescentar à equipe mineira, mas toda a temporada do galo demonstrou que "o melhor elenco do Brasil", que muito se falava, na verdade se mostra um elenco desequilibrado, com uma defesa difícil de se confiar e sem qualquer linha de meio de campo, apenas com volantes defensivos, mas com um buraco em sua escalação.

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