terça-feira, 2 de maio de 2017

Libertadores: não mais obsessão, mas obrigação

Depois de alguns meses sabáticos para colocar os pensamentos no lugar, volto com o blog em um formato de crônicas. Inicialmente semanais, futuramente verei o que dará certo.

Para inaugurar o formato, preciso expor minha opinião sobre a obrigatoriedade da taça da Libertadores vir para o Brasil neste ano. E sim, não estou forçando, mas vejo que os time brasileiros tem obrigação de levarem esse título. Claro que apenas um pode ser o campeão mas, levando em conta o que vou dizer, não vejo como exagero exigir uma final brasileira.


Desde 2013 não temos um clube brasileiro campeão do torneio continental mais importante da América do Sul. Falando assim até parece não ser tanto, pois são “apenas” 3 edições sem títulos para o país, mas a grande questão é o contexto que envolve os clubes da CONMEBOL. Não é de hoje que a comparação de investimentos entre clubes brasileiros e as equipes dos outros países do continente gera um abismo gigantesco, sendo que nossas equipes tem rendimentos absurdamente maiores do que as outras, incluindo a Argentina. Para exemplificar isso em números, uma matéria feita pela ESPN em 2014 mostrou que o argentino Ignacio Piatti, então o principal jogador do San Lorenzo, campeão continetal daquele ano, ganhava o equivalente a R$79,8 mil; enquanto o meia-atacante Marlone, que então havia acabado de trocar o Vasco pelo Cruzeiro, tinha vencimentos mensais de R$100 mil, sendo apenas reserva da equipe celeste.  A mesma matéria ainda citou o caso de Angel Correa, atualmente no Atlético de Madrid mas que era uma das grandes promessas da equipe de Almagro e que estreava entre os profissionais naquele ano, que recebia o equivalente a R$3,1 mil, salário que é comum entre jogadores da categoria sub-17 nas equipes brasileiras.
Piatti foi um dos destaques do San Lorenzo na conquista de 2014. Atualmente joga no Montreal Impact, do Canadá
Além da questão financeira, que por si só já é um grande fator para que os clubes brasileiros tenham superioridade o suficiente para levar a taça, a parte técnica vem para concretizar tal ideia. Isso porque os clubes dos outros países que disputam a competição também produzem grandes jogadores, mas que costumam deixar seus respectivos países natais rapidamente devido ao assédio das nações mais ricas. O Atletico Nacional-COL é o grande exemplo disso. Do elenco campeão da Libertadores de 2016, apenas 5 titulares permanecem na equipe colombiana, sendo que os principais jogadores, como Marlos Moreno (Deportivo La Coruña-ESP), Davinson Sanchez (Ajax-HOL), Sebastian Perez (Boca Juniors-ARG) e Miguel Borja (Palmeiras-BRA) mostram a falta de poderio financeiro das equipe que rivalizam com as brasileiras.
Atletico Nacional-COl é o atual campeão, mas perdeu seus principais jogadores 
Para finalizar, vem o fator investimento e qualidade técnica que se destacam principalmente em três dos brasileiros que disputam a competição em 2017: Atlético-MG, Flamengo e Palmeiras. É claro que Botafogo, Grêmio, Atlético-PR e Santos também tem boas equipes e podem surpreender, mas não investiram como as equipes citadas anteriormente. O Flamengo possui um dos melhores atacantes das américas (Paolo Guerrero) e um meia como poucos no país (Diego). O Atlético-MG possui um goleiro que traz uma mística com o torneio (Victor), um meia que é um dos grandes destaques e logo pode ir para a Europa (Juan Cazares) e o rei das pedaladas e que atualmente desenvolveu faro de artilheiro (Robinho). O palmeiras, além de ser o atual campeão brasileiro, possui o artilheiro e o último líder em assistências da Libertadores (Miguel Borja e Alejandro Guerra), o melhor jogador do último Brasileiro (Dudu) e um zagueiro que até 2018 integrará o elenco do Barcelona-ESP (Yerry Mina). Por isso afirmo, Libertadores para o “Brasil” é sim obrigação.


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